Centro Administrativo de Uberlândia.
O projeto do Centro Administrativo procura retomar a idéia de lugar de referência e identidade a vida cívica, cultural e cotidiana na cidade, destacando, inicialmente, da sua concepção a intenção do conjunto edificado com o sítio, seu condicionamento ambiental e espacial, sua construtibilidade material, bem como sua expressão arquitetônica.
O Sítio
A nível de sítio, propõe-se uma intervenção na macro escala urbana capaz de geral,através de sua estrutura perceptiva, uma nova organização do entorno. Neste sentido, consta-se uma afinidade com a concepção do Capitólio de Chandigarh, onde Le Corbusier.desenvolve na composição a noção de proporcionalidade reguladora da medida do conjunto e do detalhe.
Na implantação das edificações do Centro Administrativo, transfere-se ao observador que percorre seus espaços abertos, o impacto necessário às obras desta natureza, explorando os pontos que possibilitam sensação plena de dimensão, imponência e ordem, que são percebidos pelos visuais de amplitude da praça, das vias e do relação com a cidade.
Do local escolhido para sua implementação, o projeto tira partido da topografia do terreno, determinando o posicionamento lógico e equilibrado dos Poderes – Legislativo e Executivo Municipal – ligados por um platô envolvente em forma de praça elevada. A praça dá escala, caráter monumental e simbólico ao conjunto, permitindo a visualização integral e hierárquica dos blocos, do entorno e da silhueta da cidade.
O Condicionamento Ambiental
Nos edifícios, os locais de trabalho estão estruturados nos princípios da “planta livre” e da continuidade espacial, apoiados em uma concepção estrutural modulada e racial. No interior, os blocos administrativos das secretarias e dos gabinetes dos vereadores estão dispostos em torno de um vazio central, formando uma pequena praça com cobertura de abóbada, caracterizada como local público dos encontros e da convivência diária ao longo do qual se desenvolveram uma sucessão continua de percursos e de espaços.
Neste interior, procurou-se resolver as questões de condicionamento térmico com a criação de um micro-clima controlável, através da ventilação cruzada permanente, da tiragem do ar quente e do uso da luz natural, garantindo, por outro lado, a proteção das fachadas do sol e da chuva, mediante elementos reguladores como beirais e brises horizontais. A ventilação natural se dá no sentido transversal – área de trabalho/circulação e vice-versa – em função da locação dos prédios orientados na direção leste/oeste na maior dimensão.
A Construtibilidade Material
As edificações do Centro Administrativo inserem-se em um campo de reflexão construtiva, procurando aprofundar alguns dos postulados básicos da arquitetura moderna. A formulação do sistema construtivo constitui importante fator gerador da ordem formal da obra arquitetônica, integrando não só a definição dos elementos estruturais e portantes, propriamente ditos, como qualificadores de suas partes precisas e reconhecidas.
Nos edifícios, o sistema estrutural diferencia-se em função dos programas e do significado, utilizando o concreto aparente como material básico. Os blocos “simbólicos” são definidos pelas paredes portantes do perímetro e coberturas metálicas, garantindo grandes vãos, liberdade distributiva na organização do interior e maior caracterização formal.
Nos blocos “funcionais” são adotados um sistema porticado com balanço, ajustado aos princípios de adequação modular – estrutural e construtiva – com partes moldadas no local e partes com elementos pré-fabricados, empregando uma reticula espacial de referência (1,25×1,25 metros) e permitindo os meios de padronização dos materiais, economia e racionalização da construção, mão-de-obra, e tempo de execução (ver esquemas anexos). As coberturas em formato de abóbada estão estruturadas pela tecnologia do tijolo armado, possibilitando grandes vãos, utilização de grandes materiais locais além de bom isolamento térmico.
A Expressão Arquitetônica
A imagem arquitetônica do conjunto está baseada na busca do relacionamento harmonioso entre os blocos, dispostos de modo a estabelecer parâmetros de escala e gabarito, modernatura, policromia, tratamento dos detalhes e qualificação construtiva, fornecendo ao usuário que galga as escadarias de acesso à praça, uma visão traduzida pela sensação e emoção, fenômeno que caracteriza uma obra como Arquitetura.
A própria estrutura de sustentação dos edifícios, que garante internamente os espaços livres e contínuos, determina também a configuração volumétrica e a unidade compositiva dos objetos, traduzindo hierarquicamente suas funções internas.